Tu foste a minha semente, semente esta que deixei de regar
ao longo o tempo...
Há duras vingastes, regadas pela água da chuva...
Embriaguei-me de orgulho e não reparei que aquela pequena
semente já era uma grande árvore...
Não podei seus galhos fracos para outros fortes nascerem... não
recolhi as folhas secas que caiam de ti, impedindo a passagem de belo
caminho...
Destes frutos... frutos macios e doces, mesmo assim não dividi
com o próximo o néctar de sua existência...
O tempo passou e com ele eu passei, sombreado por teus galhos largos e fortes,
encorpados de folhas que eram o teu sorriso, sorriso tão forte que me
contagiava em dias tamanhos...
Comi de teu fruto e embriaguei-me em tuas sombras...
Hoje a árvore secou...
Com ela secou teu sorriso...
A sombra se foi, não mais existe...
Mas ainda guardo comigo pequenas folhas, que por muito tempo
enxugarão minhas lágrimas...
Te amo
Meu Filho Sérgio.
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