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sábado, 8 de dezembro de 2012

Curso Livre de Teatro

 
Olá amigos, estaremos ministrando curso Livre de Teatro na Cidade de Braço do Norte, SC a partir de janeiro de 2013.
O curso é aberto as pessoas interessadas com idade a partir de 12 anos.
Serão aulas teóricas e práticas. Chegaremos ao final do curso com uma peça que será escrita, montada e apresentada pelos próprios alunos.
As inscrições poderão ser reservadas e efetuada através dos fones (48)96168119 e 91745133 com Mery.
 
OBJETIVO GERAL: Demonstrar e repassar técnicas sistematizadas que podem ser utilizadas pelos ATORES na discussão de problemas individuais, de grupos, sociais e para realização de cursos ou espetáculos teatrais com baixo custo de produção.
 
OBJETIVO ESPECÍFICO: A proposta de ser realizar o Curso Livre de Teatro, parte de um dos objetivos do Teatrólogo George D’Almeida, que é de propiciar uma maior interação entre os alunos e a sociedade como um todo, através do Teatro e demais manifestações artísticas ( Poesia, Música, etc...), de modo a despertar um interesse maior, uma “PAIXÃO”, que incentive a criação e a utilização desses veículos enquanto manifestação popular. Dentro dessa proposta, o Curso Livre de Teatro vem contribuir muito, dando-lhe autonomia nesse sentido.
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Técnicas de interpretação, técnicas de dramaturgia, jogos e exercícios teatrais, teatro fórum, teatro invisível, teatro imagem, encenação de peças curtas escritas pelos participantes, jogos e exercícios teatrais, cenografia, indumentária, produção.

 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Pensamentos!!!


‎"As vezes, a nossa alegria, a nossa vitória, ofuscas os olhos dos maus amados. Subir um degrau de cada vez na vida, significa caminhar com lisura...atropelar seu semelhante não é a solução, pois será você mesmo a ser atropelado pela sua inveja!"



"Nunca esconda o que sentes, para não amargar no futuro  a dor de ter se calado"!



"Não usem a minha luz para iluminar seus caminhos, construam seus holofotes, mas não tentem escurecer o meu, pois a luz supera as trevas!!!!!



"O que me difere dos outros, é a minha capacidade de pensar"!


A vida segundo Charles Chaplin



"A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina.
Eu acho que o verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente.
Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso.
Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo.
Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar.
Então você trabalha 40 anos até ficar novo o bastante pra
poder aproveitar sua aposentadoria.
Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se
prepara pra faculdade.
Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não
tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo,
volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando...
E termina tudo com um ótimo orgasmo!!!

Não seria perfeito?"


Charles Chaplin

Girias de teatro


Os artistas têm uma maneira própria de chamar as coisas e ações que nós usamos e fazemos. Para você ficar por dentro, aqui vai a primeira:
1-      Fala - É cada parte do texto da peça que cabe a cada personagem dizer. Uma fala pode ser só uma frase. Pode  ser um parágrafo, pode ter meia página, uma página inteira, pode ser a peça toda. Neste último caso, a peça é o que se chama monólogo. Geralmente, na primeira vez que um ator lê uma peça, ele lê prestando atenção só nas suas falas. E contando quantas elas são. Por mais inteligente, calmo ou famoso que o ator seja, é difícil ele deixar de sentir que quanto mais falas tiver, melhor é o seu papel. Embora nem sempre isso seja verdade.
2-       Bater texto - Não é um ator pegar o texto da peça ou do roteiro de filme e bater na cabeça do colega. Bater texto é um tomar o texto do outro para ver se as falas foram decoradas.
3-       Caco - Palavra ou frase a mais que os atores dizem durante a apresentação da peça, de improviso, ou seja, inventado na hora. Geralmente isso só acontece em comédias, mas pode acontecer em peças sérias também. Em geral, os diretores e os dramaturgos odeiam esse tipo de coisa, porque não tem como o público saber que não foi o autor que escreveu aquela palavra ou frase e porque é uma forma de desobediência ao diretor. Muitas vezes os colegas que estão em cena, ao ouvirem o caco, têm ataque de riso. Algumas vezes o público também se mata de rir. O chato é quando só os atores acham graça.
4-      Monstro sagrado - Não é monstro, mas é sagrado. É a maneira como os atores chamam o artista que tem bastante tempo de carreira, que ganhou todos os prêmios, que já provou que é muito bom,e de quem ninguém tem coragem de falar mal. Mesmo quando ela ou ele não está bem em uma peça. O que geralmente acontece pouco. O monstro sagrado é apreciado e aplaudido só pelo fato de estar lá, vivo. Para receber esse título, a atriz ou ator precisa ser realmente bom. Os colegas são os mais severos e implacáveis críticos. Outro apelido usado para esse ser intocável é medalhão.
5-       Canastrão - É como os artistas chamam o ator que faz caretas e exagera nos gestos e no modo como diz as falas. O grande desafio do teatro é fazer tudo-aquilo-igual-do-mesmo-jeito-outra-vez como se fosse pela primeira vez. O perigo é o ator, depois de fazer tudo-aquilo-igual-do-mesmo-jeito-outra-vez muitas vezes, começar a fazer como um robô. É preciso também mostrar sentimentos de maneira que até as pessoas que estão na última fileira da platéia possam ver o que você está mostrando. Mas sem fazer caretas e exagerar os gestos e o tom da voz, ou seja, mostrar emoções sem fazer papel ridículo.
6-      Dália - Não tem nada a ver com a flor de mesmo nome. A dálias são folhas grandes de papel onde se escreve com letras grandes o texto que o ator tem que falar na cena. Esse recurso é usado quando o ator precisa dizer muito texto ou está com dificuldade de decorar. Existe uma dália eletrônica, chamada teleprompter, usada por todos os apresentadores de noticiários de televisão. É um tipo de visor que mostra o texto a ser falado, sobre as câmeras.
7-     Bife - Esqueça aquele pedaço de carne frita ou grelhada. Este bife é um pedaço bem grande de texto que um ator tem que dizer numa peça, filme, ou programa de TV. Como os atores em geral são eternamente insatisfeitos com a vida, se a gente tem pouco texto, a gente reclama que tem pouco texto; se tem um ou mais bifes, a gente reclama porque tem muita coisa para decorar e depois manter a atenção do público, etc. Ou seja, quem não tem bife, reclama de fome,; quem tem bife, reclama porque vai ter que mastigar muito.

Jesus Transforma!



Texto e Direção: George D'Almeida


CENÁRIO: Casa de João , Maria e Vânia - Uma mesa , quatro cadeiras , Uma jarra de água , 2 pratos , 2 copos , Uma panela com Uma concha Dentro.
VANIA - ( Sentada ) - Mamãe , eu tô com fome . Quando é que vamos poder comer  um pouco de arroz com feijão e carne ? ( ABRE A PANELA ) - Sopa de novo ?
MARIA - ( colocando água no copo ) Não reclame Minha filha ! Pouco com Deus É Muito e devemos agradecer o que o Senhor está nos proporcionando neste dia.
VANIA - Mas é que Ele está nos proporcionando isso há muito tempo. Quando é que Ele vai  nos dar outra coisa para comer?
MARIA – ( Sentada ) - Minha filha, Seu pai não anda muito bem de saúde ...
VANIA - ( Cortando o que sua mãe está falando ) ...Ele bebe muito , não é mamãe?
MARIA - ( COM MEDO ) - Fale baixo , minha filha, seu pai pode chegar a qualquer momento e não vai gostar de nada do que você esta falando .
VANIA - Mas não é verdade , mamãe ?
MARIA - É sim Verdade. Mas ele Não gosta que a gente fique falando isso .
VANIA - Mamãe , porque o papai bebe tanto?  Porquê e ele não trabalha ?
MARIA - ( ACARICIANDO VANIA ) - Não sei minha filha, não sei. Mas Estou orando para quê Deus transforme a vida de seu pai . ( MUDA DE ASSUNTO ) - Agora vamos orar e agradecer a Deus pelo  o alimento que Ele pôs em nossa mesa hoje.
VANIA - ( Abaixa A CABEÇA ) Tá bom mamãe !
MARIA – Porque você não ora hoje?
VANIA – Posso mesmo?
MARIA - Lógico que pode.
VANIA - " Senhor Deus ! Obrigado por este alimento que o Senhor Coloca em  nossa mesa nesta noite. Senhor, eu gosto de sopa , mas não dá para o Senhor arrumar um trabalho para o meu pai? AMÉM .
               ( Começa A TOMAR A SOPA ).
-(MARIA FICA OLHANDO A FILHA E COMEÇA A CHORAR BAIXINHO) ( Pausa )
VANIA - Mamãe , você tá chorando ?
MARIA - ( DISFARÇANDO ) – Não minha filha, foi um cisco que caiu aqui nos meus  olhos.
VANIA - Eu sei porque você esta chorando. É por causa do papai, não é? Porquê Deus não arruma um emprego pra ele, mamãe? Porque você não pede isso pra Ele?
MARIA - Deus muda as pessoas que querem ser mudadas, minha filha! Ele Não invadi o seu coração se você não quiser.
VANIA - Então, Papai não quer que Deus entre no coração dele?
MARIA - Minha filha, você é ainda muito pequena certas coisas, entende? Na hora certa Deus vai atender a minhas orações . O nosso tempo não É o tempo de Deus. ( OUVEM-SE UM BARULHO) - Querida , vai par o Seu quarto . Seu pai chegando ESTÁ e Parece Que Ele ESTÁ Novamente DAQUELE jeito .
VANIA - ( Saindo ) - Mamãe ...
MARIA - O que foi Minha FILHA ?
VANIA - Não Deixe Que Ele te bata de novo. Eu te amo mamãe !
MARIA - ( LHE DÁ UM FORTE ABRAÇO ) - Eu também te amo Minha FILHA ! Agora vai par o Seu quarto .
( MARIA VOLTA PARA A MESA E COMEÇA A LIMPAR - Entra JOÃO )
JOÃO - ( MEIO TONTO ) - Maria, frita bife Bem gostoso pra mim?
MARIA - Fritar bife hum ? Mas eu não sei o que é  comer um bife há muito tempo João. Nós não temos casa em carne .
JOÃO - ( Senta) – Você esta  gastando muito. Onde está a Vânia ?
MARIA - Ela Já Foi dormir .
JOÃO - Acho bom mesmo . Não está na hora de criança ficar acordada . (DA UMA OLHADA EM VOLTA ) Mas esta casa está uma sujeira!!!
MARIA - João, Não arranje briga . Essa casa Foi varrida não faz tempo muito.
JOÃO - ( Levantando A VOZ ) Você está me chamando de mentiroso?
             ( Levanta ) - Pois eu Vou te mostrar com falando quem está
            ( Começa A AGREDIR MARIA )
MARIA - ( COM MEDO ) - Por favor João, Não me bata . Eu Vou Pegar uma vassoura e varro de novo.
JOÃO - Então logo vai pegar . Eu quero estaca casa uma maravilha .
MARIA - Eu Vou Pegar (SAI).
JOÃO - Tá Pensando o quê? ( COM RAIVA) Quem manda aqui sou eu . O homem da casa sou eu . ( Grita) Maria ... quando vier traga esta garrafa que esta  embaixo da pia e vê se não demora. ( Pausa).
MARIA - (MARIA ENTRA COM A VASSOURA E A GARRAFA) - aqui esta sua garrafa João .
JOÃO - Você foi a Igreja Hoje ?
MARIA - ( VARRENDO ) Fui . Foi ótimo. Você também deveria ir . Ouvir a Palavra de Deus é muito bom.
JOÃO - Que Deus que nada . O meu Deus está aqui ( MOSTRA A GARRAFA) - Esse seu Deus não é de nada. Eu tô desempregado há Mais de um ano e Ele não fez nada por mim.
MARIA – João, o proprietário  esteve aqui hoje. Ele quer saber quando vamos pagar o aluguel?. Já estamos atrasados 2 Meses .
JOÃO - Tá vendo ? Onde está o seu Deus que não paga o nosso aluguel ? (DA UMA Gargalhada ) - Esse Deus não ´é de nada.
MARIA - Não Fale Assim , João .
JOÃO - ( Raiva COM) Você  agora vai ficar defendendo esse tal de Deus ?
MARIA - Ele não precisa que eu o defenda, Ele sabe muito bem se defender sozinho. Eu fico preocupada com você.  JOÃO - ( IRADO - PEGA MARIA PELO BRACO ) - Você tá me ameaçando? (DÁ UM TAPA EM MARIA) Nunca mais Fale desse jeito comigo . Eu falo o que eu quero , entendeu ?
MARIA - Por favor , João . Não faca isso comigo. A nossa filha esta dormindo  dormindo, eu não quero que ela veja isso . Para, por favor !
JOÃO -     Eu vou sair . Não sei se volto casa para hoje. vou pro bar encher um cara com os meus amigos .
MARIA - Fique em casa, João. Vai dormir um pouco . Amanhã você estará melhor.
JOÃO - ( Saindo ) - Cale a boca  senão te bato de novo.
MARIA AJOELHA  E CHORANDO COMEÇA A ORAR

ORAÇÃO DE MARIA
"Meu Deus!!!  Ouve  minhas orações . Faça com  João parar com a bebida . Transforme aquela vida, Senhor. Jesus, em Tua Palavra  diz : Tudo que pedires em Teu Nome, Tu farias, para quê o Pai seja glorificado. Então  Estou pedindo. Transforme a vida de meu marido. Coloque um  pouco de amor em seu coração. Faça ele ver que está se destruindo e a nós também. Senhor, Pai querido, Pai  amado!  Perdoe  os pecados de João . Não ligue quando ele blasfema contra ti, ele não conhece a Tua Palavra . Pai de amor . Nossa vida está muito triste,  mas creio  que Tu podes mudar tudo isso. Eu creio que tu morrestes na Cruz do Calvário por nós...para nos salvar. Para nos dar vida eterna. Senhor, toma nossas vidas em suas mãos. Abençoe minha filha, que  ainda é muito pequena não entende bem  as coisas. Coloque seus anjos ao redor de João para quê um ele sinta Tua Presença e assim se transforme. Em nome de Jesus eu rogo a Ti,  Pai querido, para quê o Meu Marido quando voltar para casa já seja outro homem. Em Nome de Jesus, Amém. .
MARIA LEVANTA E SAI LENTAMENTE
Narrador Longos 10 anos se passaram e a vida de João era a mesma.  Continuava bebendo a cada dia.  Vânia, com 18 anos ágora , era uma moça bonita , mas triste . Ela não aguentava ver mais ver sua mãe  sofrer daquele jeito e também não gostava de ver o seu pai se enterrando completamente na bebida . A Igreja na qual Maria pertencia, ajudou muito aquela família, doando alimentação, pois João gastava tudo o que conseguia  com seus biscates, em bebidas . João não parava em emprego nenhum. Tudo por causa da bebida maldita . Vânia cresceu vendo Seu pai bebendo  e maltratando sua mãe, e ela pedia todos os dias, para quê Deus transformasse Seu pai.
Vânia e Maria  continuavam a fazer um jejum e oravam horas e horas para quê Deus libertasse João daquele vício . Elas não viam  outra solução, senão uma Intervenção de Jesus Cristo. Ela tinham muita fé. Elas sabiam que um dia o Senhor Jesus Iria libertá -las daquela opressão . Elas estavam  se sentindo como o povo de Israel se sentiu enquanto esteve no cativeiro do Egito, nas garras do Faraó . Mas Deus libertou seu povo  através de Moisés e João séria liberto Através de Jesus.
Mas enquanto isso não acontecia. João Além de beber, trazia seus amigos bêbados para dentro de casa.
Mas foi numa dessas vezes...
( Entra JOÃO EM CASA COM MAIS UM AMIGO , OS DOIS o Estação Bêbados )
JOÃO -    Vamos entrando amigos! A minha casa e toda de vocês. ( Grita) Vânia ! Ô Vânia , Traga essa garrafa que está debaixo da pia . Anda garota logo.
VANIA - (COM UMA GARRAFA  NA MAO) - Por favor papai , pare de Beber . Isso esta te matando.
JOÃO - Quem é você para me corrigir ? Vá la dentro e manda sua mãe preparar algo comermos . Estamos morrendo de fome . Onde está a SUA mãe ? Porque ela não veio me receber na porta ?
VANIA - Mamãe Está no quarto. Ela não está bem, esta se sentindo mal.
JOÃO - pois mande ela se levantar e ir para a cozinha . Eu não gosto de Fazer os meus amigos esperarem.  Anda logo garota ! Andando VA.
VANIA SAI TRISTE
AMIGO - Deixa prá lá isso , João . Eu não quero importunar . Outro dia uma gente vem, tá bom ?
JOÃO - Negativo ! ( NERVOSO) - Aqui na minha casa, Meus amigos são bem recebidos. O que é meu, é também de meus  amigos. Onde já se viu . Uma mulher forte Como a Maria ficar deitada em cima de uma cama ? ( Grita) - Vamos logo com isso .
( VIRA -SE PARA O AMIGO)
João - Vamos sentar e tomar um trago. ( JOÃO QUANDO LEVA O COPO A BOCA SENTE UMA FORTE DOR NO PEITO ) - Ai !
AMIGO - João, O que foi ? O Que VOCÊ ESTÁ Sentindo ?
JOÃO - Não sei. Uma forte dor sem peito . Vamos me AJUDE AQUI.
AMIGO - Infelizmente eu não posso. De repente você morre em meus braços e eu vou ficar todo encrencado .
JOÃO - Anda logo . Essa dor está aumentando . Me leve ao hospital.
AMIGO - Olha , eu vou embora . Me lembrei que tenho que fazer um monte de coisas lá em casa. Sinto muito amigo. (VAI Saindo DEVAGAZINHO ) - Espero que você fique bom logo , senão como é  que eu vou beber amanhã lá no bar do Juca ? Se cuida , tchal !
(COM JOÃO Muita Dificuldade CHAMA SUA Esposa)
JOÃO - Maria Maria ... ...
MARIA - ( Correndo apavorada Entra E SEU VER NO CHÃO EM Marido) - João ... João ... O Que VOCÊ TEM ? O Que VOCÊ ESTÁ Sentindo ? Fale comigo / (Grita ) - Vânia Vânia ... Venha logo aqui. Seu pai ESTÁ se sentindo mal .
VANIA - ( Correndo Entra ) - Papai ... Papai ...
MARIA - ( COM TRANQUILIDADE ) Calma ! Vamos Levanta - lo e coloca- lo Sentado na cadeira . Vá  buscar um pouco de água.
JOÃO - ( Dificuldade COM PARA Falar ) - Maria ... Porquê você está fazendo isso por mim ,  se eu te fiz tanto mal nesses últimos anos?
MARIA - João . quando Jesus veio ao Mundo , Ele veio para nos salvar e dar a Vida Eterna, mesmo assim  muitos não acreditaram nele e o crucificaram num Madeiro. Eu sei que no fundo você e um homem bom.  Falta apenas VOCÊ CRER Que Jesus Salva, Que Jesus te pode libertá-lo do vício da bebida .
JOÃO - Eu não posso Maria. Meu sangue está contaminado pelo álcool . Eu fiz muito mal a você e a minha filha. Deus não vai me perdoar .
VANIA - ( Entrando COM UM COPO D' ÁGUA ) - Papai , Não fale Assim . Olhe , eu vou ler uma coisa pra voce. ( PEGA A BÍBLIA ) - " Em verdade, vos digo em Verdade Que Quem ouve Minha Palavra , e crê Naquele Que me enviou , tem a Vida Eterna e Não Entra em Juízo , Mas Já Passou da Morte Para a Vida " Basta apenas que você creia,  que Jesus fará o resto. Ele pode te libertar da Bebida. Ai poderemos Ser Realmente Uma família .
MARIA - É verdade , João . Em Corintios II Capítulo 5, Versículo 17, nos diz: " E assim, se Alguém ESTÁ em Cristo Jesus , É nova Criatura , como cousas Antigas Já passaram , eis Novas Que se fizeram ".
JOÃO - Eu Não Posso ...
MARIA - ... sim Pode, João . Agora Fique quieto que vou orar por você. ( E MARIA VANIA CURVAM A CABEÇA ) - "Senhor Meu Deus, em Nome de Jesus peço a ti meu Pai, cura dor que João está sentindo, Que esta dor seja o sinal de sua conversão. Pai querido , Pai de Amor, Sabemos Que  A SUA Misericórdia é infinita . Perdoe os pecados de João, mostra-lhe  o caminho que tu queres que ele siga. Entrego um sua vida um ti, Meu Pai . Coloque ágora OS SEUS anjos ao nosso redor, para quê nossa Casa POSSA estar livre das setas do inimigo, pois tu é mais forte,  PORQUE tu és o Senhor dos Exércitos . É o que te pedimos em Nome de Seu Filho Jesus. AMÉM . "
JOÃO – Vânia... Maria ... ... Minha dor uma está passando . Maria , na hora em que você estava orando , eu senti uma coisa estranha ... Eu não sei como explicar .
MARIA -Era o Poder de Deus operando em você João.. Eu sempre disse que Deus te ama . Ele quer o melhor pra você.
JOÃO - Ó Maria (Abraça A MULHER E A FILHA) Estou Tão envergonhado pelos meus atos , que nem sei o que dizer  a vocês duas. Estou com medo de amanhã chegar e começar a beber e maltratar vocês duas . (Chora) Eu não mereço esse amor Que vocês tem por mim.
MARIA - Que isso João . Você viu como Deus curou sua dor? Ele pode curar você da bebida, desse vício que você carrega há tanta tempo. Basta apenas você que você peça.. Em Mateus 11:28 Disse Jesus: "Vinde a MIM , TODOS OS Que estão cansados e oprimidos e eu os aliviarei ". Vamos . João ! Peça ... Peça para Jesus te libertar desse vício. Vamos , não tenha vergonha nem medo , Jesus te ama João .
JOÃO - ( CONVERSÃO DE JOÃO ) " Senhor , não sei se mereço o Seu Perdão , não sei se mereço A SUA Misericórdia. Mas se o Senhor É o Único Que pode restaurar a Minha Vida, então eu aceito . Eu ABRO O Meu Coração Para quê tu possas habitar Nele . Faça -me Uma Nova Criatura . Transforma o Meu viver . Lava -me com o Seu Sangue , Senhor . Mude a minha vida. Eu Não Quero Ser Aquele Homem  Que fui. Quero Ter minha família de Volta, Quero Ser um homem bom, Senhor . Ó Pai querido , falarei ao Mundo em Que belas Coisas fizestes Por Mim e Por Minha família, falarei ao Mundo que Tu  me transformastes  num verdadeiro homem. Não quero mais ser instrumento na mão do diabo, a partir de ágora Serei um novo homem, pois Tu me transformou e  daqui por diante, levarei a tua Palavra a todos que como eu, estão perdidos, mas serão achado por Ti.. AMÉM . "
SE TODOS ABRAÇAM
FIM

George D'Almeida


George D’Almeida, 56 anos,  pai de  6 filhos maravilhosos, nascido em Duque de Caxias, cidade do interior do Rio de Janeiro, é jornalista, teatrólogo, roteirista, poeta, escritor e diretor teatral.
Torcedor fanático do Botafogo.
Começou sua vida escrevendo cartas em bares, esquinas e praças.
Desde os seus 11 anos de idade, dedica sua vida ao teatro.
Aos 15 anos, escreveu a sua primeira peça “Juventude em Crise” e de lá para cá nunca mais parou de escrever.
Poeta de berço, George se inspira na natureza, no ser humano, no invisível.
Como Jornalista, é editor chefe do Jornal Tribuna Popular no interior do Estado do Rio de Janeiro, mantendo uma linha editorial leve, porém preocupada com a comunidade que o circunda.
Escritor de inúmeras peças teatrais, George destaca a realidade como forma de exprimir o seu interior, levando as pessoas um tom maior da mesma.
Dentre suas obras, destacamos “Julgamento Social”, premiada no I FESTIVAL DE TEATRO DE ITAGUAI e “Perdoe-me Mãe” ganhadora de diversos prêmios.
Como teatrólogo, recebeu de algumas Câmaras Municipais do Estado do Rio de Janeiro, várias Moções de Congratulações.
Foi o pioneiro dessa arte em Itaguaí, sendo o escolhido para representar este município no Curso de Teatro do Oprimido de Augusto Boal no ano de 1990, curso este que selecionou apenas 01 representante de cada município selecionado e através do qual George se tornou mais um difusor desta técnica como CORINGA.
Levando a sério um trabalho árduo e sem apoio dos poderes públicos, vibrante e guerreiro, George realizou com ajuda apenas de seus componentes do Grupo de Teatro que dirige há mais de 30 anos (GTAF – GRUPO DE TEATRO FORMIGA), o I FESTIVAL DE TEATRO DE ITAGUAI, o qual contou com a presença de inúmeras personalidades da área e também de representantes estrangeiros de grupos teatrais.
Formou centenas de jovens atores em Brasília, São Paulo, Minas Gerais, Itaguaí, Seropédica, Jacarepaguá, Mangaratiba, Resende e outros.
Fundou o primeiro grupo de teatro de Mangaratiba (GETAM), o qual participou de várias mostras de teatro, e lhe rendeu uma homenagem especial na Câmara Municipal daquela cidade.
À convite de diretores de escolas municipais realiza dezenas de oficinas teatrais, melhorando assim o desempenho dos alunos nas atividades curriculares e extracurriculares.
Participou do 7º Festival Internacional de Teatro do Oprimido, realizado no Aterro do Flamengo na década de 90, sob a realização do teatrólogo Augusto Boal.
Após conhecer sua alma gêmea, resolveu escrever o seu primeiro livro para mostrar ao mundo que o amor existe. Que podemos amar de forma única.
Você se emocionará. Fará uma viagem no tempo e, ao mesmo tempo poderá conhecer de perto esse ser brilhante ser humano, que dedica a sua vida em prol da arte, em especial o teatro.
Sua esposa Samanta é o motivo deste  livro, onde estará narrando toda a trajetória de sua vida.
, Os fatos narrados neste livro são verdadeiros. 

Conteúdo programático do Curso





* Apostilas Teórica ():

História do Teatro: Antiguidade no Teatro, Teatro na idade Média e Contemporânea, Tendências do Século XX, História do Brasil no Teatro e percussores SEUS Principais.


* PRÁTICA:

Técnicas de Interpretação, Técnicas de dramaturgia, jogos e exercícios teatrais, o Teatro Fórum, Teatro Invisível, imagem teatro, encenação de Peças Curtas Escritas Pelos Participantes, jogos e exercícios teatrais, cenografia, indumentária, produção.

Duração: 06 Meses


A proposta de ser realizar o Curso Livre de Teatro, parte de um dos objetivos do Teatrólogo George D’Almeida, que é de propiciar uma maior interação entre os alunos e a sociedade como um todo, através do Teatro e demais manifestações artísticas ( Poesia, Música, etc...), de modo a despertar um interesse maior, uma “PAIXÃO”, que incentive a criação e a utilização desses veículos enquanto manifestação popular. Dentro dessa proposta, o Curso Livre de Teatro vem contribuir muito, dando-lhe autonomia nesse sentido.

O Curso Livre de Teatro é um método teatral que busca criar espaço para a livre manifestação de pensamento e para estudo de alternativas de comportamento e de situações consideradas inadequadas ou insuportáveis.

         Partindo da tríade Pessoa-Personalidade-Personagem, a pessoa é a mais rica das três: dentro de cada um de nós existe escondido e desativado, mas sempre em ebulição, uma potencialidade imensa de emoções, idéias, sensações, que podem ser parte, dinamizadas na criação de uma personagem.

         O Curso Livre de Teatro, não admite espectadores, no Teatro Fórum, sua principal forma teatral, somos todos spec-atores. Existe momento que se observa e existe igualmente momento em que se age, em que se propõem alternativas, soluções, democratizando a cena, a vida.

         O teatro é uma linguagem, logo: todo ser humano possui “vocação teatral”.

         Um Teatro para ser feito por todos, mesmo por atores. Em qualquer lugar, até mesmo nos Teatros.

Teatro




O Teatro é a primeira invenção humana e é aquela que possibilita e promove todas as outras invenções e todas as outras descobertas. O Teatro nasce quando o Ser Humano descobre que pode se observar a si mesmo: ver-se em ações. Descobre que pode ver-se no ato de ver-ver-se em “situação”.

         Ao ver-se, percebe o que é, descobre o que não é, e imagina o que pode vir a ser. Percebe onde está, descobre onde não está e imagina onde pode ir. Cria-se uma tríade: EU observador, EU em situação e o Não-EU, isto é, o OUTRO. O ser humano é o único animal capaz de se observar num ESPELHO IMAGINÁRIO (antes deste, talvez tenha utilizado outro – o espelho dos olhos da mãe ou da superfície das águas – porém pode agora ver-se na imaginação, sem esses auxílios) O Espaço Estético fornece esse Espelho Imaginário.

         Esta é a essência do Teatro: O ser humano que se auto-observa. O Teatro é uma atividade que nada tem haver com edifícios e outras parafernálias. Teatro – ou teatralidade – é aquela capacidade ou propriedade humana que permite que o sujeito se observe a si mesmo, em ação, em atividade. O auto-conhecimento assim adquirido permite-lhe ser Sujeito (aquele que observa) de um outro Sujeito (aquele que age); permite-lhe imaginar variantes ao seu agir, estudar alternativas. O ser humano pode ver-se no ato de ver, de agir, de sentir, de pensar.

       Um gato caça um rato, um leão persegue sua presa, orem nem um nem outro são capazes de se auto-observarem. Quando, porém. Um ser humano caça um bisonte, ele se vê caçando, e é por isso que pode pintar no teto da caverna onde vive, a imagem de um caçador – ele mesmo – no ato de caçar o bisonte. Ele inventa a pintura porque antes inventou o Teatro: viu-se vendo. Aprendeu a ser espectador de si mesmo, embora continuado ator, continuando a atuar. E este Espectador (Spec-Ator) é sujeito e não apenas objeto porque também atua sobre o ator (é o Ator, pode guiá-lo, modificá-lo). Spec-Ator agente sobre o Ator que atua.

      Um passarinho canta, mas não entende nada de música. Cantar é parte de sua atividade animal, - inclui comer, beber, copular – e por isso não varia nunca: um rouxinol não experimentará jamais cantar como uma cotovia, nem um juriti como uma pomba rola. Mas o ser humano é capaz de cantar e ver-se cantando. Por isso pode imitar os animais, pode descobrir variantes do seu cantar, pode compor. Os passarinhos não são compositores, não são se quer intérpretes. Cantam como comem, como bebem, como copulam. Só o Ser Humano (Eu que observo, EU em situação e o Não-EU), porque só ele é capaz de se dicotomizar (ver-se vendo). E como ele se coloca dentro e fora da situação, em ato aqui e ali, em potência, necessita simbolizar essa distância que separa o espaço e que divide o tempo, distância que vai do ser ao poder e do presente ao futuro – necessita simbolizar a potência, criar símbolos que ocupem o espaço daquilo que é, mas não existe, que é possível e poderá vir a existir. Cria, pois, linguagens simbólicas: a pintura, a música, a palavra. Os animais têm acesso a linguagem sinalética (sinais feitos de gritos, sussurros, caras, trajetos). O grito de susto de um macaco africano será perfeitamente captado por um macaco amazônico da mesma raça. Mas a mesma palavra assustada, - cuidado! Pronunciada em português, jamais será entendida por um sueco ou norueguês (estes poderão, no entanto, entender o medo expresso sinaleticamente na face daquele que grita).

Exercícios teatrais





Contar a mímica feita por outro

Um ator vai ao palco e conta, em mímica, uma pequena história. Um segundo ator observa enquanto que os outros três não podem ver. O segundo ator vai ao palco e reproduz o que viu, enquanto os outros dois não vêm: só o terceiro. Vai o terceiro e o quarto o observa, mas não o quinto. Vai o quaro e o quinto o observa. Finalmente vai o quinto ator e reproduz o que viu fazer ao quarto.
Compara-se depois o que fez o primeiro: em geral, o quinto já não tem nada mais a ver com o primeiro. Depois, pede-se a cada um que diga em voz alta o que foi que pretendeu mostrar com a sua mímica. Este exercício é divertidíssimo.
Variante: cada ator que observa tenta corrigir aquilo que viu. Por exemplo: imagina que o ator anterior estava tentando mostrar tal coisa, porém que o fazia mal - dispõe-se então a fazer a mesma coisa, porém bem - eliminando os detalhes inúteis e acentuando os mais importantes.
Sugestão teatro evangélico

O Método

Com a chegada do Teatro de Arte de Moscou sob a supervisão direta de Konstantin Stanislavsky, este novo método de interpretação espalhou-se pelo mundo. Uma boa parte dele permaneceu igual a como ele ensinava. Outra foi abandonada, modificada ou ampliada para suprir necessidades de uma sociedade em mudança. Mas, basicamente seu sistema tem sobrevivido intacto a quase todos os abusos feitos. Até sua ênfase na realidade, na beleza da natureza, na dignidade da vida foram criticadas como vulgaridades simplesmente porque a verdade foi levada ao palco. Houve cultos professores universitários de teatro que rejeitaram seus ensinamentos: instrutores, professores de teatro e outros que deturparam e deformaram seus significados para satisfazer suas próprias vontades. Atores também têm rejeitado Stanislavsky ao aderir a uma forma exagerada de interpretação. Mas a verdade é uma adversária terrível porque a natureza está do seu lado.
Muitos atores negam que suas representações sejam exageradas porque tentam evitar seu método. No entanto, não percebem que o esforço para ser eficiente ou agradar facilmente, leva a um comportamento errado no palco. Isto é só um outro exemplo da necessidade de autoconsciência.
Com esta consciência, o ator percebe que o exagero e a grandiosidade são, na maioria dos casos, erros.
Como nós aprendemos com a experiência (e através do processo de eliminação), o próximo problema que temos pela frente é exatamente o oposto, não deixando de ser outro tipo de exagero: representar de forma atenuada, minimizando a realidade.
Os atores do Método também se tornam vítimas deste defeito durante treinamento. Exagerar qualquer coisa no palco tornou-se um pecado tão sério para os seguidores do Método que muitas vezes somos obrigados a "nos contentar em ser natural" ao invés de dar vazão às expressões, mesmo que elas estejam totalmente em harmonia com a realidade da situação. Isto é tão errado quanto exagerar.
Portanto, uma fala lida com naturalidade e simplicidade, está mais de acordo com a realidade do que o risco de forçar uma emoção que pode soar falso. Os méritos da verdade devem ser nossa meta. Nem mais, nem menos.
A forma de representar que acabamos de discutir é chamada atuação exagerada, mas este termo é contraditório em virtude da definição da representação para o ator moderno. Representar é alcançar a realidade no palco, exagerar seria negá-la. Representar de modo exagerado inclui a utilização de gestos e expressões vocais convencionais. Se a vida interior do personagem está ausente, o ator acabará recorrendo a tais clichês. O problema de exagerar é que o ator pode facilmente convencer-se de que está "vivendo mesmo" o seu personagem.
Quando um ator prepara seu papel corretamente, ele transforma-se naquele personagem no palco. Claro que não deve deixar de ser ele mesmo, mas também é necessário que deixe de ser como é para seus amigos e família.
Todo o seu êxito na realização plena da sua caracterização reside na sua confiança, na realidade da sua própria expressão pessoal individual em oposição aos tipos de expressões clichês. O ator que conta com os dons naturais e com sua própria individualidade é um artista criativo. Aquele que não for treinado a usar sua expressão individual e não conseguir utilizar a si mesmo para ser o personagem que está interpretando, está preso e limitado ao convencionalismo. A sua voz raramente recorrerá a tons e modulações, ele vai sacudir os punhos, bater na testa, mover os olhos de forma falsa, apertar os dentes, fazer caretas, esbravejar, colocar a mão no coração, e recitar sem emoção.Imitar este estilo convencional de representação que, infelizmente tornou-se quase uma tradição, é ridículo. É certo que existem atores que freqüentemente exageram com perfeita habilidade. E estes mesmos são os que sempre exclamam que os momentos primorosos de pura criação e satisfação artística no teatro vieram daquelas raras vezes que se sentiram "inspirados" no papel e pareciam "viver" o personagem.
Seria muito mais gratificante para os seus espíritos criativos como artistas se eles pudessem treinar seus mecanismos para criar estes impulsos sempre!
O melhor que um ator pode aprender com uma representação pouco inspirada é a certeza que, quando ocorrem momentos de verdadeira inspiração na peça, todos os outros momentos provavelmente foram falsos! Acredito firmemente que a natureza é uma força insuperável que não pode ser eternamente reprimida, mas, em vez disto, irromperá esporadicamente dando rédeas soltas à verdade, apesar de nossas vulgaridades. Além disso, é um indício, em grande parte, de que nossa sociedade não segue automaticamente as leis naturais, mas, ao contrário, tentamos e quase sempre conseguimos reprimi-las ou mudá-las. O ator que desejar atingir um talento artístico verdadeiro na sua profissão deve literalmente lutar pela verdade de suas convicções por toda sua vida, tanto no palco quanto fora dele. Ele não deve desistir até conseguir trazer ao palco o que todo ser humano produz naturalmente na vida.

 Ilustrar um tema

Dá-se um tema: prisão, por exemplo. Cada ator avança e sem que outros quatro o vejam faz com o corpo a ilustração desse tema. Depois, cada um dos quatros vem, cada um da sua vez, e faz a sua própria ilustração, diante dos companheiros que observam.
Por exemplo: o primeiro pode ilustrar o tema "prisão" ficando deitado, lendo; outro, olhando por uma janela imaginária; um terceiro jogando cartas; um quarto cozinhando; um quinto olhando com raiva para fora. Outro tema: Igreja. Pode um fazer-se de Pastor, outro de obreiro, outro de noivo, outro de turista, etc.
Sugestões Teatro Evangélico
Imitar ou não imitar?
O problema seguinte é o da imitação e a ênfase de certos hábitos que, por gerações, foram a ruína de talentos criativos.
A imitação pode ser dividida aproximadamente em três grupos: imitar um indivíduo que é um produto da imaginação do ator; imitar uma pessoa real que o ator decide ser o tipo de personagem que o seu papel exige; imitar as características e maneirismos pessoais de outro ator.
A imitação é uma antítese da originalidade e da criatividade. Não pode haver imitação no palco e ao mesmo tempo presença da vida, da verdade, da realidade.
Normalmente, um ator começa sua carreira imitando uma semelhança de um personagem ao invés de tentar viver como uma pessoa real no palco. Isto acontece em virtude de uma falta de compreensão, conhecimento e treinamento da sua parte. O ator que depois se dedica a imitar seu comportamento de forma contrária à sua expressão própria obtém os piores resultados. No entanto, se ele esboçar estas mesmas imagens e passar a adaptá-las ao que é real na sua própria mente e meio, seu personagem será muito mais vivo e expressará a realidade no palco. Isto trará também originalidade e espírito criativo.
Talvez agora o leitor queira saber porque o ator não pode copiar uma pessoa da vida real e depois personificá-la no palco; por exemplo, alguém que ele conhece há anos e que ele decide ser exatamente o tipo de personagem que o texto pede. A resposta é sim, se ele não tentar primeiro obter o resultado final. O resultado final neste caso seria uma imitação direta de uma pessoa que ele conhece na vida real. Primeiro, ele deve dar-se conta de que ele nunca poderá ser realmente aquela pessoa, mas em vez disto, poderá criar as mesmas qualidades da pessoa que se aplicarão diretamente à sua caracterização. Para fazer isto, o ator tem que usar seu próprio corpo e suas próprias emoções para expressar o personagem, desse modo tornando-o real.
O que acontece quando nós tentamos obter primeiro o resultado final, isto é, uma imitação direta da pessoa real que conhecemos sem criar motivações para o seu comportamento? Não é difícil imaginar os resultados, pois nós os vemos freqüentemente. O personagem será uma caricatura mal desenhada, ao contrário de uma bela peça de arte que poderia ser criada. Sua fala será mimética ao invés de natural, seu modo de andar e movimentos, em geral, serão exagerados.
Em uma caracterização biográfica de uma pessoa real cujos maneirismos pessoais todo mundo conhece, muito pode depender da maquiagem. Ele deve deixar que o personagem flua através de suas emoções e movimentos, sem tentar obrigar, seus mecanismos a reagir a uma imagem ou um elemento estranho imposto por um clichê.
O terceiro tipo de imitação que veio até nós através da história do teatro dramático é a cópia ou imitação de outro ator. Este fenômeno singular quer conscientemente ou inconscientemente, deve ser considerada uma negação total do objetivo do ator na vida. Será que o seu objetivo não vai além de apenas "ganhar na vida?" A arte, a criatividade e a expressão pessoal não entram em questão?
Através de uma associação constante no palco com uma personalidade forte e atraente é possível que algumas qualidades típicas de um ator sejam vistas em outro. Algumas das qualidades podem ser boas, outras ruins. No entanto, o perigo está na semelhança que é freqüentemente visível para o público. Alguns atores adotam inconscientemente o estilo de outro, por causa de uma profunda admiração e desejo de ser como ele. Outros copiam de propósito por razões mais mundanas, como por exemplo, a publicidade e outras trivialidades. Muitas atrizes, na década passada, vestiam-se, posavam e comportavam-se como Marilyn Monroe para promover suas carreiras


Poesias de George D'Almeida


Dentre as diversas poesias escritas por George D’Almeida destacamos aqui alguns trechos de sua Peça Teatral mais premiada “Julgamento Social” e algumas poesias de temas gerais e transversais.
Trecho da obra Julgamento Social, composto por monólogos que retratam a situação sócio-política-econômica  do nosso país.




 MARGINAL


Eu sou chamado aborto da sociedade, o escárnio, o lixo, o podre.
Sou tudo aquilo que é desprezível e imundo.
Sou um marginal, ladrão e assassino... Eu roubo, eu mato... Mas não pense que é porque eu quis assim.
Não! Foram os homens que me fizeram assim, porque e nunca me aceitaram nunca me compreenderam sempre me acusaram mesmo antes de fazer o que faço agora...
Os homens me fizeram alvo e me atiraram todas as coisas ruins existentes no mundo, sem dó, sem piedade... Agora eu sou acusado de fora da lei. Está dentro da lei não dar direito de trabalho a uma pessoa apenas pelo seu aspecto físico, sua cor? Está dentro da lei castrar as possibilidades de alguém, só porque esse alguém é de classe baixa? Isso está dentro da lei?
Vou te contar parte de minha história... A primeira vez que roubei, foi porque tive fome. Pedi comida, mas ninguém queria dar comida a alguém que tinha o rosto sujo pela poeira das ruas... Foi isso que me levou a roubar. Roubava para satisfazer as minhas necessidades. Era roubar ou morrer de fome. Roubei a primeira vez, a segunda e a terceira. Ganhei uma arma para garantir a minha segurança. De comida passei a roubar dinheiro... É... Assalto a mão armada!...Invadia ônibus, rendia pessoas em becos escuros, até que um dia me vi encurralado pelos chamados homens da lei... Pelos chamados homens da lei!...Aí, o negócio é matar ou morrer. E eu matei porra!...Matei a primeira pessoa que cruzou o meu caminho e agora mato todos que cruzarem. Não! Eu não queria matar! Mas eu precisei matar... Agora sou perseguido pelos crimes que cometi. Culpa minha ou dos homens que não me deram a chance de mostrar que poderia ser alguém? Eles não me deixaram mostrar que dentro de mim existia algo de bom.
Você já sabe quem sou, e então o que acha? Vamos diga! Quem é você? O que estou fazendo aqui? Eu não lhe disse que mato todos que cruzarem meu caminho?



                                         PROSTITUTA


                                      

Quem sou eu? Não percebeu ainda quem sou eu?
Pois eu te digo... Sou aquela que você chama de puta, de piranha, de galinha... Sou aquela que faz do próprio corpo seu meio de sobrevivência. Sou aquela que se prostitui para não morrer de fome, para ter dinheiro para sustentar um filho que eu não gostaria que no futuro viesse a ser o que sou agora...
Sou uma mulher como outra qualquer, a minha única diferença foi de não ter tido uma única oportunidade de ser alguém a que seus padrões sociais julgassem “HONESTA”... Sou aquela que na hora da necessidade é procurada por todos... E sou aquela a que todos esquecem na hora que eu mais preciso.
Sou aquela que você nega estender a mão num momento de aflição e sou aquela que você paga para levar para cama para satisfazer seus desejos carnais.
A aspereza de minhas palavras serve para mostrar minha revolta por ter que fazer o que eu faço. Se tivessem me dado oportunidade que me faltava, hoje seria uma mulher como você diz, direita. Estaria casada, teria uma família, uma casa onde eu seria a rainha. Mas isso não aconteceu não me deram essa oportunidade, e hoje... Hoje sou a rainha sim, mas sou rainha das ruas, das esquinas, dos motéis... Eu Sou a rainha dos bordéis... Mas, não pense você que fui eu que quis assim, não pense que nós prostitutas vendemos nossos corpos por prazer... Não! Não é por prazer. É por necessidade, por tanta necessidade que às vezes estamos na cama com alguém, mas não estamos nem pensando na relação que estamos tendo e sim no dinheiro que vamos receber. Fazemos os cálculos. Os malditos cálculos, para saber se o dinheiro vai dar para pagar as compras do supermercado, se esse maldito dinheiro ganho pela venda de nossos corpos vai ser suficiente para comprar o leite de nossos filhos... Para dar-lhes uma boa educação, para que no futuro não venham a ser esse tipo de gente que a sociedade julga avessa a moral e aos bons costumes.
A sociedade só sabe nos julgar, mas não busca compreender que fazemos isso por necessidade. Não nos consideramos mulheres sem moral, simplesmente porque a moral está em ser responsável pelos seus atos. A moral está em fazer e assumir o que se faz.
Nós somos assim, somos prostitutas e assumimos o que somos, mas gostamos de esclarecer que somos prostitutas porque você não nos deu a chance de sermos outra coisa.
Não pense que gostamos de sair por ai servindo de objeto de satisfação sexual para qualquer homem, nem que gostamos de ouvir adjetivos como piranha, puta, galinha e outros que nos são empregados.
Eu sou tudo isso que acabei de dizer... E então? O que me diz? Porque me trouxe aqui? Quer alugar meu corpo também? Que lugar é esse?


Homenagem ao meu filho





Tu foste a minha semente, semente esta que deixei de regar
ao longo o tempo...
Há duras vingastes, regadas pela água da chuva...
Embriaguei-me de orgulho e não reparei que aquela pequena semente já era uma grande árvore...
Não podei seus galhos fracos para outros fortes nascerem... não recolhi as folhas secas que caiam de ti, impedindo a passagem de belo caminho...
Destes frutos...  frutos macios e doces, mesmo assim não dividi com o próximo o néctar de sua existência...
O tempo passou e com ele eu passei,  sombreado por teus galhos largos e fortes, encorpados de folhas que eram o teu sorriso, sorriso tão forte que me contagiava em dias tamanhos...
Comi de teu fruto e embriaguei-me em tuas sombras...
Hoje a árvore secou...
Com ela secou teu sorriso...
A sombra se foi, não mais existe...
Mas ainda guardo comigo pequenas folhas, que por muito tempo enxugarão minhas lágrimas...
Te amo
Meu Filho Sérgio.





Homenagem à Augusto Boal





Nascido em 1931 no bairro da Penha, o filho do padeiro primeiro tornou-se engenheiro químico e posteriormente teatrólogo, diretor, dramaturgo, ensaísta, criador do Teatro do Oprimido nos anos 1970, professor na New York University, na Harvard University e na Université de La Sorbonne-Nouvelle, cidadão do mundo. Em março de 2009 foi nomeado Embaixador Mundial do Teatro pela Unesco, uma honraria inédita para brasileiros. Boal não escondeu o orgulho de estar entre os 197 candidatos ao Prêmio Nobel da Paz 2008: “– Isso é extraordinário. É o reconhecimento da importância do Teatro do Oprimido”. A dimensão cosmopolita do teatro de Augusto Boal data dos quinze anos, entre 1971 e 1986, em que esteve no exílio político. Nesta fase, Boal desenvolveu as experiências teatrais que lhe renderiam o reconhecimento internacional de público, crítica, pesquisadores e do meio teatral. As proposituras do Teatro do Oprimido são objetos de teses de mestrados e doutorados e de cursos em diversas universidades pelo mundo. Com seu retorno definitivo ao Brasil em 1986, a convite de Darcy Ribeiro, então secretário de educação do Estado do Rio de Janeiro, Boal cria o Centro de Teatro do Oprimido – CTO, do qual foi mentor e diretor artístico por 23 anos, instituição cuja coordenação e execução das atividades e projetos são dos curingas Bárbara Santos, Claudete Felix, Cláudia Simone, Flávio Sanctum, Geo Britto, Helen Sarapeck e Olivar Bendelak, que colaboraram com Boal na reescrita do livro A Estética do Oprimido. Deixou uma obra vasta, entre eles: Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas; O teatro como arte marcial; Jogos para atores e não atores; Hamlet e o filho do padeiro – memórias imaginadas; Arco Íris do Desejo; Teatro Legislativo etc. Existem pelo menos 29 livros publicados no mundo inteiro sobre Boal ou sobre o Teatro do Oprimido, em línguas que vão desde o inglês, italiano, alemão, até o hindi indiano e o urdu do Paquistão.
Desde criança, Boal escrevia, ensaiava e montava suas próprias peças nos encontros de família. Sua formação em Engenharia Química torna-se paralela à pesquisa, à criação de textos teatrais lidos e comentados por Nelson Rodrigues. Estuda na Columbia University com John Gasner e assiste às montagens do Actor’s Studio. Em 1956,  volta ao Brasil a convite de Sábato Magaldi e Zé Renato para dirigir o Teatro de Arena de São Paulo. O grupo provoca uma revolução estética no teatro brasileiro nos anos 50 e 60. Através do Seminário de Dramaturgia, do Laboratório de Interpretação e das diversas montagens, o Teatro de Arena contribui vigorosamente para a criação de uma dramaturgia genuinamente brasileira. A partir 1964, a Ditadura Militar inicia a perseguição a todos os indivíduos e grupos de artistas com preocupações sociais e políticas. Em 1968, vem o AI-5 que aperta ainda mais o cerco. Em 1970, O Núcleo Dois do Arena inicia os primeiros experimentos do Teatro-Jornal, o embrião do Teatro do Oprimido. Em fevereiro de 1971, Augusto Boal é preso, torturado e exilado. Passando a residir na Argentina, de 1971-1976, dirige o grupo “El Machete” de Buenos Aires e monta, de sua autoria, “O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas”, “Torquemada” (sobre a tortura no Brasil) e “Revolução na América do Sul”, iniciando intensas viagens por toda a América Latina, onde começa a desenvolver novas técnicas do “Teatro do Oprimido”: Teatro-Imagem, Teatro-Invisível e Teatro-Fórum. Em 1976 muda-se para Lisboa, onde dirige o grupo “A Barraca”. Dois anos depois é convidado para lecionar na Université de la Sorbonne-Nouvelle. Em Paris, cria o Centre du Théatre de l´Opprimé-Augusto Boal, em 1979. Trabalha em muitos países europeus e desenvolve as técnicas introspectivas do Teatro do Oprimido: o Arco-Íris do Desejo. Antes de regressar definitivamente ao Brasil, monta no Rio de Janeiro “O Corsário do Rei” (de sua autoria, letras de Chico Buarque, música de Edu Lobo) e “Fedra” de Racine, com Fernanda Montenegro. A convite do então Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, professor Darcy Ribeiro, Boal volta ao Brasil em 1986 para dirigir a FÁBRICA DE TEATRO POPULAR. O objetivo era tornar a linguagem teatral acessível a todos, como estímulo ao diálogo e à transformação da realidade social. Ainda em 1986, junto com artistas populares, cria o Centro de Teatro do Oprimido – CTO, para difundir o Teatro do Oprimido no Brasil. No CTO-Rio, desenvolve projetos com ONGs, sindicatos, universidades e prefeituras. Em 1992, candidata-se e é eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo PT (Partido dos Trabalhadores), para fazer Teatro-Fórum e, a partir da intervenção dos espectadores, criar projetos de lei: é o Teatro Legislativo. Após transformar o espectador em ator com o Teatro do Oprimido, Boal transforma o eleitor em legislador. Utilizando o Teatro como Política, em Sessões Solenes Simbólicas, encaminha à Câmara de Vereadores 33 projetos de lei, dos quais 14 tornam-se leis municipais, entre 1993 a 1996. A partir de 1996, fora da Câmara dos Vereadores, Boal e o CTO seguem na consolidação do Teatro Legislativo Em 1998, conseguem o apoio da Fundação Ford, para a criação de grupos comunitários de Teatro do Oprimido. Boal também realizou diversas Sessões Solenes Simbólicas, de Teatro Legislativo, no exterior: no “Great London Council” – Londres, com a participação de escritores como: Lisa Jardine, Tarik Ali, Paul Heller e advogados dos Tribunais de Londres; em Bradford, na Câmara Legislativa da cidade, sobre questões relativas aos portadores da Síndrome de Down; na Sala da Comissão de Justiça do Rathaus (Prefeitura) de Munique, com apoio da Sociedade Paulo Freire. Em 1999, transforma a ópera “Carmem” de Bizet em SAMBÓPERA, uma experiência inovadora que traduziu as músicas originais para ritmos genuinamente brasileiros. Carmem ficou em temporada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Em julho de 2000, estreou em Paris. Em 2001, “La Traviata” é montada também como SAMBÓPERA e faz circuito no Rio de Janeiro. Sua mais recente pesquisa é a Estética do Oprimido, programa de formação estética que integra experiências com o SOM, PALAVRA, IMAGEM e ÉTICA. A Estética do Oprimido tem por fundamento a crença de que somos todos melhores do que pensamos ser, e capazes de fazer mais do que aquilo que efetivamente realizamos: todo ser humano é expansivo. Augusto Boal é autor de diversas obras literárias lançadas nos mais diversos idiomas, além de colecionar um arsenal extraordinário de prêmios e honrarias. A principal criação de Augusto Boal, o Teatro do Oprimido, é hoje uma realidade mundial, sendo a metodologia teatral mais conhecida e praticada nos cinco continentes. Augusto Boal faleceu no dia 02 de maio de 2009, no Rio de Janeiro.